A FPT prepara a fábrica de Sete Lagoas em Minas Gerais, para receber a produção do novo motor elétrico da companhia. Segundo o seu novo presidente, Carlos Tavares, a empresa deve habilitar o projeto junto ao programa Mover para adaptar as linhas de produção da unidade.
“Os investimentos iniciais serão de preparação da fábrica e, ao longo deste ano, devemos buscar as aprovações e habilitação da linha para começarmos a produzir o motor elétrico. Como é um produto que já temos em nosso portfólio no mundo, não teremos que investir no desenvolvimento”, disse Tavares em entrevista à Automotive Business.
O executivo não revelou quanto será investido na adaptação da fábrica mineira, mas ressaltou que a produção do motor elétrico deve se iniciar em 2026.
“Ao longo deste ano e do outro devemos colocar o projeto na rua com todas as homologações e aprovações e isso leva um tempo. É provável que esse motor entre em fabricação em 2026”, afirmou Tavares. A companhia, no entanto, informou que o projeto do motor elétrico ainda não tem data para sair do papel.
Além do motor elétrico em Sete Lagoas, o executivo adiantou que a FPT também vai começar a produzir o motor a gás de menor porte na Argentina, o N67. Atualmente, esses motores são importados da fábrica de Turim, na Itália.
Com a expectativa de avanço desses equipamentos na América Latina, a ideia da FPT é trazer essa produção para mais perto da demanda.
Em Córdoba, FPT vai produzir motor a gás
A fábrica de Sete Lagoas disputava essa nova linha de powertrain, mas a decisão da companhia por Córdoba foi concentrar a produção de motores a gás nesta unidade.
“A produção deve se iniciar no ano que vem. É necessário somente uma adaptação da linha de montagem. Existem discussões de exportação desse motor, principalmente para a África, mas ainda são conversas, nada oficial”, disse Tavares.
“O certo é que esse propulsor deve ser exportado para os países do Mercosul, para ser usado em geradores.”
Para o Brasil, segundo ele, a FPT já tem preparada uma solução para o uso de biogás neste motor em pequenas propriedades rurais.
“O biogás passa por um biodigestor para um processo de limpeza para ser usado em geradores. Já tem um pacote desenvolvido e em aplicação no Brasil”, afirmou o executivo.
FPT também desenvolve motor a etanol
Outro projeto que deve ser levado para Córdoba é o motor movido puramente a etanol. Segundo Tavares, a FPT vai usar a base do propulsor Cursor 13, que é aplicado em veículos maiores e em máquinas agrícolas e de construção, no desenvolvimento do novo conjunto motriz.
O desenvolvimento está na fase de mapeamento da curva do motor. Na sequência, começam os testes de bancada para determinar a potência e consumo e, depois, os testes de campo.
“Isso será feito este ano. Já temos clientes para realizar os ensaios de operação”, expica o executivo.
Tavares justificou a possível produção do novo motor na Argentina. “Já fazemos o Cursor 13 por lá e devemos somente atualizar a linha de montagem. Esse motor entra comercialmente no mercado no início do ano que vem”, disse o executivo.
Segundo Tavares, o propulsor a etano deverá ser usado basicamente em máquinas agrícolas, com foco em usinas de cana-de-açúcar.
“Para esta aplicação, esse produto é mais viável porque o produtor já tem o etanol à disposição. Já em caminhões em operação rodoviária o diesel ainda é mais indicado por causa do custo.”
Fonte: Automotive Business.